Território de Urbanidade Planetária






















O ser humano é um ser racional e irracional, capaz de medida e desmedida;
sujeito de afetividade intensa e instável. Sorri, ri, chora, mas sabe também conhecer
com objetividade; é sério e calculista, mas também ansioso, angustiado, gozador, ébrio,extático; é um ser de violência e de ternura, de amor e de ódio, é um ser invadido pelo imaginário e pode reconhecer o real, que é consciente da morte, mas que não pode crer nela, que secreta o mito e a magia, mas também a ciência e a filosofia, que é possuído pelos deuses e pelas idéias, mas que duvida dos deuses e critica as idéias, nutre-se dos conhecimentos comprovados, mas também de ilusões e quimeras. E quando, na ruptura de controles racionais, culturais, materiais, confunde o objetivo e o subjetivo, entre o real e o imaginário, quando há hegemonia de ilusões, excesso desencadeado, então o homo demes submete o homo sapiens e subordina a inteligência racional a serviço de seus monstros.
Edgar Morin



O quê?
Território de Urbanidade Planetária
Olhos atemporais de negros recortes do passado, presente e ao futuro.


Quando?
Dia 27/04 às 21h no Espaço Cultural 512
Abertura da exposição Território de Urbanidade Planetária.


Por quê?
Registrar a presença e a trajetória da Cultura Negra como partes da memória coletiva do município de Porto Alegre é o objetivo de Adriana Xaplin, Alejandro Ruíz, Vinicius Vieira e TRU. O bairro Cidade Baixa, lugar territorializado pela comunidade negra em Porto Alegre, historicamente serviu como reduto de fuga, acolhimento e resistência negra contra a dominação e a brutalidade imposta pelas classes dominantes.
Um exemplo bem significativo é a Ilhota. Desde o início do século XX, esse lugar representava um dos cinturões pobres da cidade, com uma população predominantemente formada por famílias remanescentes da escravidão. A localidade recebeu esta denominação em função das cheias do arroio Dilúvio, quando se formava uma grande bacia que ao centro ficava a Ilhota. Na década de 70 iniciou-se o Projeto Renascença, que acabou por expulsar a maior parte dessa comunidade para a periferia da cidade, não se diferenciando do que vem paulatinamente acontecendo em outras capitais. Grande parte das famílias que moravam na Ilhota foram levadas para o então novo bairro Restinga.
Ainda hoje, apesar de toda pressão para que as famílias negras residentes continuem a ser expulsas do bairro, ainda existem diversos lugares que resistiram a essa pressão, como o Areal da Baronesa (território de um dos primeiros quilombos de Porto Alegre), o Quilombo da Família Fidélix, as dezenas de centros religiosos de matriz africana, além de muitas casas que ainda guardam suas características originais, abrigando famílias negras e servindo como espaço de resistência e constante fortalecimento dos laços de compadrio e amizade.

Como?
Território de Urbanidade Planetária é composto por cinco ações artísticas e coletivas: ARQUITETURA-ESCULTURA-DESENHO-PAINEIS-GRAFITE.

Quem? Quais ações?
1. A Escultora e artista visual ADRIANA XAPLIN, que apresentará seus trabalhos nas plataformas bidimensional e tridimensional no Espaço Cultural 512.

2. O escultor e arquiteto VINICIUS VIEIRA, que fará a entrega do trabalho intitulado AFROCAMINHADA na calçada do número 503 da João Alfredo, atual sede da entidade Mocambo.

3. O artista visual ALEJANDRO RUÍZ VELAZCO, que  coordenou a pintura do mural com máscaras africanas alusivo às comemorações de aniversário da entidade Mocambo, na futura sede da Av. Loureiro da Silva, 1530, também na cidade baixa, em frente ao Largo Zumbi dos Palmares. A criação foi do Núcleo de Painéis e de Murais do Instituto de Artes- UFRGS. O painel representa a demarcação pública da nova sede do Mocambo Cultural.

4. TRUE, artista gráfico que, utilizando técnica de grafite, fará composição do personagem afro consagrado que já executa há dez anos em ações artísticas em galerias e nas ruas da cidade, e agora marcará presença na nova fachada do número 503 da João Alfredo, a sede do Mocambo.

O projeto também tem como característica a ITINERÂNCIA.  As ações seguirão para outros bairros e cidades. Primeiramente foram escolhidos estes três pontos urbanos da Cidade Baixa, para dar início à interferência proposta pelos artistas.

O que é o MOCAMBO?
Associação comunitária Amigos e Moradores da Cidade Baixa e Arredores, destina-se ao resgate histórico dos "viveres e fazeres" da etnia negra. Constitui-se de uma entidade sem fins lucrativos e seu espaço é de resistência, conquistado pela população afrodescendente. O terreno, localizado na Av. Loureiro da Silva 1530, será a futura sede, destinada a trabalhos de conscientização e memória da etnia.

Contatos para entrevista:

Adriana Xaplin -  Alejandro Ruíz  8423 2165-    Vinícius Vieira  9898 4006
Maria Elaine Rodrigues – representante do Mocambo - 8137 6198    TRUE 92568796










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